quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Design: uma outra forma de embalar, criativa e funcional

Daqui

Ilusão de ótica “Ondas” ©Reprodução

As aparências enganam. Este é um ditado popular bastante conhecido que nos lembra sempre de como nos deixamos influenciar pelo aspecto das coisas. Quantos vezes não deixamos de entrar num restaurante porque ele parece menos “arrumadinho” e depois descobrimos que era o melhor cardápio da cidade?

Sabemos que a primeira impressão que temos de algo, seja um produto, um serviço ou até uma pessoa, nem sempre é a mais correta e nem sempre é real. A forma como as coisas nos são apresentadas influencia muito a opinião, e quando se trata de um produto, influencia a decisão de compra. A aparência dos objetos é, de cara, o seu primeiro atrativo. Ela ilude, influencia e encanta. Veja abaixo alguns exemplos de como o design de embalagens, sempre em constante inovação, pode nos provocar as mais diversas sensações.

Mel “The Bees Knees

A produtora de vinho sul africana Klein Constantia lançou uma edição limitada de mel, The Bees Knees, e criou, juntamente com o designer Terence Kitching, esta elegante e divertida embalagem ©Reprodução

Pantone

A Pantone, que tem investido muito em produtos da sua marca, criou esta embalagem para oferecer vinho no Natal a alguns dos seus clientes e fornecedores. Mais um touché de originalidade da marca ©Reprodução

Óculos Prism

A marca de óculos Prism é feita à mão na Itália e só trabalha com materiais da mais alta qualidade. Um produto desenvolvido com tanto cuidado merece uma embalagem que permita que todos a vejam ©Reprodução

O estádio da Nike

Esta caixa de sapatos da Nike, impressa em edição limitada, já foi premiada com um Leão em Cannes e tem, em uma das suas versões mais exclusivas, chips que simulam sons de estádio assim que é aberta ©Reprodução

Reebok ultra aderente

Outra embalagem original na mesma categoria é a da Reebok para o seu tênis de escalada ultra aderente. De tão aderente, grudou na tampa da caixa ©Reprodução

Chá Origami

A marca de chá Origami foi buscar nas origens do seu nome a ideia para sua nova embalagem©Reprodução

Camisetas Here! Sod

Há quem compre camisetas como se fossem um item de primeira necessidade. Através da marca tailandesa Here! Sod, elas quase se transformaram nisso mesmo ©Reprodução

Salame pós-moderno

A artista da Lituânia, Shiblas, lançou o seu álbum Salami Postmodern e embalou-o como se fosse de fato um salame ©Reprodução

Lingerie Blush

A marca alemã de lingerie “Blush” desenvolveu uma caixa de fósforos promocional que faz corar qualquer um que os acenda ©Reprodução

NYC Spaghetti

O briefing: criar uma embalagem de espaguete para a marca NYC Spaghetti. O resultado: mais um aplauso à criatividade ©Reprodução

Comprimidos para a digestão Nobilin

A agência de publicidade BBDO da Alemanha criou para a marca Nobilin uma embalagem de comprimidos para facilitar a digestão, que vai “direto ao ponto” ©Reprodução

Utensílios de cozinha em madeira ScanWood

A Scanwood é uma marca dinamarquesa que faz utensílios em madeira reflorestada. E para que os consumidores percebam isso melhor, criaram uma embalagem que vende os produtos como se ainda tivessem as raízes que os prendiam à terra quando eram árvores ©Reprodução

Panasonic “Note” headphones

A Panasonic bolou um fone de ouvido em formato de nota musical ©Reprodução

Embalagem de salsichas Porkinson Sausage

Quem fundou a empresa de carne inglesa Porkinson Sausage foi o fotógrafo de moda Norman Parkinson, que se viu agora homenageado pela marca neste re-desenho da embalagem. A gravata borboleta era um dos acessórios mais marcantes de Norman ©Reprodução

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CBF gasta 23 milhões de reais para calar Romário

Daqui


Sempre bato nesta tecla: podemos chamar Ricardo Teixeira de muitas coisas. Mas burro ele não é.

No apagar das luzes da semana passada, às vésperas do Natal, a CBF anunciou que doará 32 mil ingressos para deficientes físicos durante a Copa do Mundo 2014. Serâo 500 ingressos para portadores de necessidades especiais, com direito a acompanhante, para cada jogo do Mundial. Segundo apuração do Portal iG, a CBF vai desembolsar 23 milhões de reais para o projeto.

O deputado Romário teve duas grandes causas neste primeiro ano de mandato legislativo: fiscalizar a organização para a Copa 2014 e melhorar a vida de deficientes físicos - Romário tem uma filhinha portadora da Síndrome de Down, que lhe serve de inspiração.

Romário tem sido o principal opositor a Ricardo Teixeira, que preside a CBF e é, na prática, o manda-chuva do Comitê Organizador Local (COL), que organiza a Copa. Teixeira precisava desesperadamente de uma estratégia para amenizar as críticas de Romário, que surtem mais efeito que as críticas de qualquer jornalista esportivo.

Com isso em mente, apaziguar Romário foi a primeira grande missão de Ronaldo como presidente oficial do COL. Ele chamou o seu ex-companheiro de ataque na Seleção Brasileira para conversar e, na sequência, anunciou que a CBF financiará os ingressos para deficientes. Emocionado, Romário disse o seguinte:

"Conversando com o Ricardo (Teixeira) e Ronaldo, fiz um pedido sobre a possibilidade de termos alguma conquista para essa classe de pessoas com deficiência. E fiquei surpreso com a rapidez da resposta. O Ricardo me passou que, independentemente de qualquer coisa, a CBF vai doar 32 mil ingressos para pessoas com deficiência e seus acompanhantes. Essa é uma vitória dentro desse meu primeiro ano de mandato. A maior delas, porque será a única classe sem ter que pagar ingresso. Por isso, eu gostaria de aproveitar para agradecer ao Ronaldo e ao Ricardo".

Ricardo Teixeira deve estar sorrindo de alegria ao ver o tom amistoso como Romário se refere a ele. Agora é esperar pra ver como será o Romário de 2012, se o combativo deputado que bota a boca no trombone em tudo a que se refere a organização da Copa, ou se apenas um ex-jogador que trata com desvelo os assuntos que Ricardo Teixeira e Romário tiverem interesse.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Imagina na Copa

Foda o texto dessa mina no O Esquema.
Link




Não é à toa que muitos viram um facepalm nesse logo.

Eu tenho vontade de chorar a cada vez que ouço um “Imagina na Copa, quando os gringos…” para iniciar qualquer reclamação. E isso acontece cada vez mais.

Hoje foi no elevador do jornal. Um cara estava falando ao celular dentro do elevador. O sinal caiu e a ligação foi interrompida. Ele bufou, tirou o celular da orelha e disse:

“Imagine na Copa, quando os gringos estiverem falando no telefone e o sinal cair? Que vergonha.”

Esse é um caso duplo-estúpido porque, né, ele tava dentro do elevador.

Outro dia foi no aeroporto. Um terminal de embarque estava temporariamente fechado (ia abrir dali a 20 minutos e todos íamos embarcar para Madri). Mas a ansiedade pré-voo tomou conta de todos e lá veio o:

“Imagine na Copa, quando os gringos usarem esses aeroportos de merda. Que vergonha.”

É sempre no trânsito, quando congestiona e alguém suspira:

“Imagina na Copa, quando os gringos vierem. Que vergonha.”

Meu, que vergonha disso. Que vergonha de nós. Isso sim. Todo mundo já deve ter ouvido ou dito isso. Eu mesma, bobear. Mas me dá vergonha de nós mesmo.

É tudo uma merda e nego tá preocupado com a Copa? Com os gringo? Que vergonha? E o dia a dia? E nós? Hoje?

Os gringos vêm aqui passar no máximo 15 dias. A gente vive aqui todos os dias. Em vez de ter vergonha do gringo, seria mais produtivo começar a reclamar, fazer todo mundo sentir vergonha hoje e usar essa vergonha para produzir algum tipo de progresso de fato. Para as coisas melhorarem porque a gente quer que elas melhorem porque a gente mora aqui todos os dias.

Foda-se a Copa do Mundo, não “imagine na Copa”. Imagina que isso aí de que você está se envergonhando é a real do seu dia a dia e, sei lá, comece sentindo vergonha por aturar isso. Comece sentindo vergonha dessa frase.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Esculhambação no Facebook

Cara, é exatamente o que eu acho. Nego tá zoando a porra da ferramenta legal. Daqui.


Nos últimos dia eu vejo muitos amigos reclamando no tuíter e no Facebook sobre uma suposta bagunça que seus colegas andam fazendo no Facebook.

O que acontece é que além do hábito irritante de dar “share” no Facebook em tudo que é imagem “engraçada” que encontram por aí — essencialmente transformando o Facebook numa filial do 9gag –, a galera anda compartilhando também imagens gráficas de abuso de animais. Pra “conscientizar”, supostamente.

Mano, por que tanta gente não sabe usar o Facebook…? Eu até já me acostumei com os convites de “evento” que são na verdade promoções ou alguma coisa mais inútil ainda. Ou empresas abrindo perfis pessoais. Ou gente me marcando em foto que não tem nada a ver comigo. Ou nego respondendo “ensino médio completo” quando o site te pergunta onde você estudou.

A porra do site tem interface em português. Qual a desculpa?

Pra te ajudar a mensurar a retardadice dessa galera, olha só que incrível: tanta gente põe “completo” no campo que pergunta a sua alma mater (olhaí, hoje tu aprendeu um termo bonito aqui no HBD) que isso provocou o seguinte “bug”:

POISÉ: “completo” é tão utilizado pra definir a escola que a pessoa cursou que o Facebookreconheceu o termo como uma escola. Clica aí, descubra quantos amigos terminaram o segundo grau na “completo” e morra de vergonha.

Mano, não dá nem pra ficar com raiva dum indivíduo desses; é como observar um sujeito que nasceu sem braços tentando limpar a bunda.

Mas um negócio que me irrita mesmo é o hábito, como falei, de transformar a página principal do meu Facebook numa extensão de tudo quanto é site “engraçadinho” dessa internet maldita.

Quando eu entro na porra do Facebook, é pra ver o que meus amigos estão fazendo, ou dizendo, ou comendo — tanto literalmente como figurativamente, graças aos uploads de fotos de restaurante e mudança de status civil de “solteiro” pra “em um relacionamento”. Essa é a função do site.

Em vez disso nos últimos meses eu abro a porra do Facebook e penso que digitei “9gag.com” sem querer. Quando eu notei que tinha que dar scroll por vários minutos até achar conteúdo realmente relevante para o propósito do site, me deu agonia. Saí dando unfriend em um monte de gente, pra reestabelecer uma proporção saudável entre sinal e ruído.

E vou me abster de comentar sobre comunidades como a “Risos no Face”, porque isso daria um texto inteiro.

Esta desgraça tem 219370 "fãs". A página do Monteiro Lobato tem 1200.

Eu tô ligado que alguns argumentam “ahhhh mas se não fosse pra compartilhar essas coisas, não existiria a opção de compartilhar!”. É o argumento de uma tia velha rebatendo a crítica aos seus .PPS. “Se não fosse pra mandar isso, a Microsoft não teria embutido a função de enviar por emailmimimi”.

É isso mesmo que eu estou falando: vocês são tudo umas tias velhas repassando tudo que vêem pela frente e cagando a função real da ferramenta.

O problema real é que quem faz isso talvez não pare pra pensar que não se trata de uma ou duas ou três pessoas fazendo também. É TODO MUNDO FAZENDO JUNTO que cria a massa crítica em que essa merda se encontra.

Isso é igual jogar lixo na rua. Quem faz isso é porque pensa que uma pessoa só fazendo não causa tanta diferença. O que acontece é que quando TODO mundo pensa assim, resultando em ruas completamente emporcalhadas.

E o que é pior — isso acaba funcionando como incentivo pra que outros façam o mesmo. Assim como uma calçada cheia de entulho faz o sujeito se conformar em jogar a latinha de cerveja ao meio fio em vez de se incomodar em caçar uma lata de lixo, uma timeline toda poluída com essas merdas acaba reforçando a impressão de que o Facebook é pra isso aí mesmo.

É um círculo vicioso.

É o que está acontecendo com o Facebook. O problema não é uma ou outra pessoa postar esse tipo de coisa (afinal, a função de compartilhar coisas no Facebook é pra isso mesmo). O problema é que o comportamento é generalizado e o FB acaba virando uma filial desses sites “engraçadinhos” que proliferam como o vírus da herpes na internet brasileira.

Eu gosto de rage comics. Eu gosto do 9gag, gosto de rir. O problema é que quando quero visitar o 9gag, eu vou no 9gag. Quando quero me conectar aos meus amigos, vou no Facebook. E vocês tão tornando a porra do Facebook um site redundante.

Vou começar a deixar mensagens pros meus amigos nos comentários do Ñ.Intendo pra ver se vocês gostam.